domingo, 24 de agosto de 2014

Covinhas pantagruélicas

Mais que tempo (que passa)
menos que pouco (que faça)
uma hipótese levantada, sentada, deitada, enfim, inquieta:

acende um cigarro,
ascende uma alma.

É delicadeza de beicinho virado
que desejei para meu último poemeto
e soneguei compreensão aos meus irmãos:

Pirotecnia
Amor Condor.

Um dois três quatro cinco seis sete oito e contando
nos dedos que não tenho
que não contabilizam.

Uma covinha na bochecha,
rasa, desimportante.

Outra covinha, outra covinha
que escassamente ocultam gretas de solas de pés:
um pé-de-vento, um pé-de-flor, um pé-de-gente.

Rigor mortis.
Rigor, mais rigor, Homens!

Dionísio engole Apolo da derme para as entranhas,
em seguida, Apolo engole Dionísio das entranhas para derme
e agora, senhora, senhor, que sobra?

Que fazer com tantos cadáveres
numa cidade tão limpa, brilhosa e higienizada?